Com greve geral à vista. Montenegro faz subir fasquia do salário mínimo para 1.600 euros

O primeiro-ministro capitalizou o Congresso dos Autarcas Social-Democratas, no Porto, para acenar com novas metas dos salários mínimo e médio.

Carlos Santos Neves - RTP /
José Coelho - Lusa

Luís Montenegro ensaiou este sábado uma subida das fasquia dos valores salariais para o país, acenando com 1.600 euros de salário mínimo e três mil de salário médio, quando na véspera fizera referência a montantes inferiores. Os números foram aventados no X Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas.

"Nós não queremos crescer dois por cento ao ano. Queremos crescer três por cento, 3,5 por cento, quatro por cento. Nós queremos que o salário mínimo não chegue aos 1.100. Esse é o objetivo que temos para esta legislatura, mas nós queremos mais, que chegue aos 1.500 ou aos 1.600", clamou o primeiro-ministro ao encerrar o evento laranja.

Recorde-se que, na sexta-feira, Montenegro havia proposta que se aproveitasse o ímpeto do pacote laboral para atualizar o salário mínimo até aos 1.500 euros e o médio para os dois mil ou 2.500. Este sábado, sugeriu que o salário médio "chegue aos 2.500, 2.800 ou três mil euros".

Telejornal | 6 de dezembro de 2025Na sexta-feira, o secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, acusou Luís Montenegro de "lançar uma cenoura" aos trabalhadores, ao agitar um salário mínimo de 1.500 euros para tentar retirar fôlego à greve geral de 11 de dezembro.

"Nós queremos, efetivamente, criar a riqueza que possa combater a pobreza. Nós queremos um país que pense e execute um projeto de desenvolvimento que possa ser duradouro, que possa ser consistente, que possa ser suficientemente robusto para, cada vez mais, ser exemplar, como já é, hoje, à escala europeia", insistiu Montenegro na sua intervenção perante o Congresso dos Autarcas do PSD.

Para o líder social-democrata, os que "duvidam" da ambição do seu Executivo "são os mesmos que duvidaram que o ano passado que nós atingíamos as nossas metas orçamentais e económicas".

"Superámo-las. São os mesmos que este ano tornaram a duvidar e nós vamos tornar a superar", carregou.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, "daqui a um ano" as suas declarações "vão fazer ainda mais sentido", assim como dentro de quatro anos, no cair do pano sobre a legislatura e os mandatos autárquicos.

c/ Lusa
Tópicos
PUB